estamos por um mísero "n". será que nossos corações partirão?
estou quebrado. cacos descolados dentro da minha cabeça gravitam em torno de vazios terríveis.
sua imagem ainda está aqui, descendo a rua, com sua cabeça de avestruz enterrada nas nuvens. sinto os vapores de suas lágrimas calcinando o chão áspero da calçada que desce ao longe.
sinto um arrepio ao pensar que talvez nunca mais possamos nos ver. um arrepio de morte.
tenho medo. quero chorar.
menino, homem não chora!
cacete, estou engasgado cindido fudido nessa solitária sem grades.
preso em minha garganta que cresce desmedidamente.
o pássaro encantado silenciou.
a brisa quente das duas da tarde atiça meu mau humor.
amor é coisa esquisita. dificil falar de amor. parece piegas.
poetas contemporaneos falam de outras coisas.
seu cachorro segue o mesmo percurso.
a calçada desce.
as lágrimas rolam rolam.
no fim da rua tem um rio.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
sobressalto
o vento geme
sob o manto de solitaria noite.
gases resmungam.
explosões de concreto,
fumaça, oleo diesel.
ruas tortas
seus passos ecoam
do Porto da Saudade.
sob o manto de solitaria noite.
gases resmungam.
explosões de concreto,
fumaça, oleo diesel.
ruas tortas
seus passos ecoam
do Porto da Saudade.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
série bilhete premiado: não senso
olá,
este, talvez seja o último bilhete que lhe escrevo com a velha ortografia, ok?
ainda estou em fase de adaptação e muitas dúvidas.
muitas dúvidas ao meter a mão no teclado, mesmo na caneta. o fluxo vem, vem, engato uma quinta marcha, mas sempre sou multado por excessos: excesso de velocidade, excesso de liberdade, excesso de vadiagem, excesso de libertinagem, excesso de reclusão, excesso de álcool, excesso de cigarros, excesso químico, excesso de sono, excesso de preguiça...
você sabe. os vigilantes estão sempre a postos. observadores e estrategistas deixam a gente ressentindo de tanta culpa no cartório. é que são muitas multas protestadas. mas, você sabe também que não dou a mínima para isso. bulhufas.
minha convicção é crônica e indigesta. você pensa que é fácil? experimente tomar do remédio amargo que é escrever um bilhete, um poema, um conto, uma novela, um romance, um roteiro, uma dramaturgia, uma liturgia, um coice no saco humano, um saco para encher de tédio, sem remédio, vou cortando por aqui, que já é tarde.
a ortografia fica do jeito que meus dedos ainda enrolam acostumados com o carinho confortável dos caminhos já conhecidos, vícios, automatismos, neuras, paixões rebuscadas, histórias sem pé nem cabeça, muito menos sentido, aí me pergunto: e quem é que tá ligando pra isso? o show hoje é faixa de gaza? aí o cara chega na farmácia e pede uma faixa de gaza pra curar suas feridas provocadas pela guerra, a guerra no campinho lá na várzea onde foi disputada a final do amadorzão, um jogo inesquecível. um campinho apertado, uma pequena faixa, a bola amarela correu feito bomba na minha frente, chutei forte ela explodiu na rede. a massa gritando gol. foi nessa hora que senti a fisgada na perna, uma dor lancinante, profunda, perfurando minha carne. a alma leve voa mas a guerra destrói corpos e alminhas principalmente.
por que será que estou dizendo tudo isso para você? coisas sem sentido. coisas sem nexo.
é que estou com excesso disso também. acho que é isso.
este, talvez seja o último bilhete que lhe escrevo com a velha ortografia, ok?
ainda estou em fase de adaptação e muitas dúvidas.
muitas dúvidas ao meter a mão no teclado, mesmo na caneta. o fluxo vem, vem, engato uma quinta marcha, mas sempre sou multado por excessos: excesso de velocidade, excesso de liberdade, excesso de vadiagem, excesso de libertinagem, excesso de reclusão, excesso de álcool, excesso de cigarros, excesso químico, excesso de sono, excesso de preguiça...
você sabe. os vigilantes estão sempre a postos. observadores e estrategistas deixam a gente ressentindo de tanta culpa no cartório. é que são muitas multas protestadas. mas, você sabe também que não dou a mínima para isso. bulhufas.
minha convicção é crônica e indigesta. você pensa que é fácil? experimente tomar do remédio amargo que é escrever um bilhete, um poema, um conto, uma novela, um romance, um roteiro, uma dramaturgia, uma liturgia, um coice no saco humano, um saco para encher de tédio, sem remédio, vou cortando por aqui, que já é tarde.
a ortografia fica do jeito que meus dedos ainda enrolam acostumados com o carinho confortável dos caminhos já conhecidos, vícios, automatismos, neuras, paixões rebuscadas, histórias sem pé nem cabeça, muito menos sentido, aí me pergunto: e quem é que tá ligando pra isso? o show hoje é faixa de gaza? aí o cara chega na farmácia e pede uma faixa de gaza pra curar suas feridas provocadas pela guerra, a guerra no campinho lá na várzea onde foi disputada a final do amadorzão, um jogo inesquecível. um campinho apertado, uma pequena faixa, a bola amarela correu feito bomba na minha frente, chutei forte ela explodiu na rede. a massa gritando gol. foi nessa hora que senti a fisgada na perna, uma dor lancinante, profunda, perfurando minha carne. a alma leve voa mas a guerra destrói corpos e alminhas principalmente.
por que será que estou dizendo tudo isso para você? coisas sem sentido. coisas sem nexo.
é que estou com excesso disso também. acho que é isso.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
bem-te-vi
compromisso: juro que esse ano será diferente.
não pagarei mais juros para o sistema financeiro internacional.
serei mais local que nunca.
não existe fora. só daqui.
juro que não me iludirei quanto a mudar o mundo mas cuidarei bem do meu lo(u)cal.
junto aos meus companheiros correrei novas (er)rotas psíquicas fisicas e químicas.
novos e velhos nômades na mesma estrada.
calma, rapaz, não adianta correr.
o poeta toninho poeta já disse: tatu que tem pressa entra em buraco errado!
sem juras de amor.
sem juras nenhumas.
esconjuro!
prometo que não irei a nenhuma igreja.
desabai desabai
tantos quantos forem os reinos
cairão
kublai e todo império vão
vil
o grande kan
bem-te-vi
me ensina todo dia
no quintal de casa.
não pagarei mais juros para o sistema financeiro internacional.
serei mais local que nunca.
não existe fora. só daqui.
juro que não me iludirei quanto a mudar o mundo mas cuidarei bem do meu lo(u)cal.
junto aos meus companheiros correrei novas (er)rotas psíquicas fisicas e químicas.
novos e velhos nômades na mesma estrada.
calma, rapaz, não adianta correr.
o poeta toninho poeta já disse: tatu que tem pressa entra em buraco errado!
sem juras de amor.
sem juras nenhumas.
esconjuro!
prometo que não irei a nenhuma igreja.
desabai desabai
tantos quantos forem os reinos
cairão
kublai e todo império vão
vil
o grande kan
bem-te-vi
me ensina todo dia
no quintal de casa.
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