sexta-feira, 8 de maio de 2009

silêncio colérico

um céu colérico explodiu
de cadentes estrelas.
a poesia não sustenta a carne.
ostenta impurezas irreversíveis.
um gosto de abstrato na boca.
veneno contra toda concretude.
a carne saliva nos platôs platônicos
da alma indigesta.
gestos ousados na contra paisagem.
abstratos são venenos poderosos
nessa tarde de lua cheia
vermelha de olhos sombrios
beleza e rugosidade
crateras do tempo tempestade.
a ira cravada na carne dos deuses
de plantão.
um carniceiro exalando impurezas
no ar quente e abafado
da tarde que se arrasta entre as folhas secas
do outono,
também povoada de húmus nos escondidos
das sombras
que me abraçam
mortalha
na noite que avança,

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