quarta-feira, 29 de junho de 2011

(art)cir)rose

menina, você tá pensando
que a vida é só
risos e rosas?

é cirrose
e artrose
também.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

seco

a caneta escorre
feito cimento
enrijece
rapidamente

interromp

domingo, 26 de junho de 2011

or not to be

lição de ingrês
pra cuiabano
em dia de frio

publicar
or not
to be?

terça-feira, 21 de junho de 2011

arranjo #3 um disparate

a palavra vã
disparada
um tiro
estouro
de boiada
estorvo
na calada
socorro
na encruzilhada
entre a cruz
e a espada
a delícia da
dúvida dada.

disparate arranjo #2

a palavra vã
disparada
um tiro
como
estouro
de boiada
um estorvo
na calada
socorro
na encruzilhada
entre a cruz
e a espada
a delícia da
dúvida dada.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

disparate

a palavra vã
dispara como
um tiro
um estouro
de boiada
um estorvo
na calada
um socorro
na encruzilhada
entre a cruz
e a espada
a delícia da
dúvida dada.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

lição de inglês

a rua, lá fora, rumoreja. noite esfria.
jovens imberbes uivam como lobos excitados com a aventura da vida.
impetuosos.
brindam a felicidade de viver, simplesmente.
aparentemente um mundo inteiro pela frente.
nunca se sabe a medida.
aos pedaços vamos compondo a grande obra.
a plenitude coincide com o ponto da decadência.
it's over baby.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

dia de cão

Foi assim: com as mãos trêmulas percebi a dificuldade que é executar a vida de qualquer ser que pulsa, que clama, seja por um fiapo de vida.

Ela, muito mais decidida a dar o golpe de misericórdia. Suas mãos continuaram firmes até o último instante. Ela, a mão amiga.

Ensacar: morte por asfixia, poucos minutos, embalados por música para abafar os ganidos do pobre bicho: mas também para embalar o gesto com a valsa da morte.

Meus ouvidos nunca mais ouvirão a mesma música. Atravessar o portal e dedilhar a música da morte fez ressoar eternidades em meu cérebro excitado.

A vida é resistente. Reluta diante da possibilidade da morte. o corte fatal, fetal, de eternos reciclares.

Nada é demais quando a sombra delineia os contornos exatos do tempo que nos desloca para qualquer lado dessa infinidade de planos coexistentes. É mera questão de sorte, ou estamos sujeitos a fazer bem feito para conquistar um lugar melhor na sombra?