quinta-feira, 19 de março de 2009

a morte, de novo.

lá vem a morte, de novo.
quando chega é sem nem pedir licença.
tema de filósofos e suicidas em geral. única conclusão possível, nas palavras de fernando pessoa. as palavras, não. essas duram nas palavras de lao tsé: a língua é mole e dura mais que os dentes.

assustamos quando a indesejada chega perto. leva pessoas tão próximas
uma sombra
fica, pairando.

sobre nossas cabeças.
sobre nossas pobres cabeças.

domingo, 8 de março de 2009

Namoro

Vou passando a mão
numa
noutra
e o fim da carícia
é a escolha
(nada fácil).
Gosto ao mesmo tempo
do desleixo e do alinho
das palavras.
Gosto das que ficam
e desejam um enlace ardente
profano, profícuo
e se entendem
no gozo da leitura.
Também gosto das que escapam
e deixam aquela impressão
de incaptura e
perda total.


marta cocco
poeta
cuiabá mt

sábado, 7 de março de 2009

pré coice

ele atravessa a noite como um cavalo doido
expresso selvagem.

vertiginando
vertendo
revirando.

a cidade dorme
aparenta calma
nunca se sabe!

acaso é regra
não se calcula.

às vezes
ejacula antes.

professando: tiros na manhã certeira

a maior probabilidade é que você não lesse isso aqui, nesse presente momento. sim, você está me dando um presente lendo isso aqui agora. me apresento livre e louco e depois vou-me embora, depois torno a voltar. liga tripa (se liga de brasília).

tortas vias a 80 por hora. loucos anos. a década mais louca dos últimos anos.
não é caretice não (pelo menos penso que não)
mas acho que piora
alguma coisa
melhora noutra
mas é isso
balizas
balem
baleias
balnidas
domar.

sem doma.
sem dogma.

regras cagadas nas cabeças
de urubu.

poesia é igual cinema. corte.
ubu.

erroteiros certeiros
tiro na maçã
guilherme tell

call
me chame
para

(o espetáculo vai começar! folias)

sob o despertar
dos tambores
de todas as tribos.

desimportâncias

acho que não preciso me apresentar. acho imprecisa toda forma de apresentação. afinal, o que importa um nome, um curriculo, até mesmo desfeitas. tanto faz a origem, os meios de sobrevivência, crimes e castigos, redenções. ao final provavelmente não chegaremos a nenhuma conclusão. o poeta, em pessoa, escreveu que, a única conclusão é morrer. interessante, não? no final tudo morre. o escritor, o leitor, o pai, o filho e até o espírito santo. santos morrem? espíritos , idem?

sexta-feira, 6 de março de 2009

noturnas um: desvios vários

um

quando flui rio
a palavra
deságua
em queda
sentidos maxi
mini

mimos de
aprendiz

corrente de har
mônicos

saltos

nas mais
que tortas
ruas
vias
desvias


dois

a palavra
caos

desarticula
sentidos

voa
nasasas
da
própria
vontade de
ser
o que se
é a(duras)penas

sem se importar
com o que
não
se
é