quinta-feira, 19 de março de 2009

a morte, de novo.

lá vem a morte, de novo.
quando chega é sem nem pedir licença.
tema de filósofos e suicidas em geral. única conclusão possível, nas palavras de fernando pessoa. as palavras, não. essas duram nas palavras de lao tsé: a língua é mole e dura mais que os dentes.

assustamos quando a indesejada chega perto. leva pessoas tão próximas
uma sombra
fica, pairando.

sobre nossas cabeças.
sobre nossas pobres cabeças.

3 comentários:

Olho na palavra disse...

uma luz acende
o destino espreita o velho na plataforma
nos corredores, impulsos e violações

a morte é na sístole?

no quarto em frente
os sonhos se despedem das algemas de poliéster

a diástole insiste

sessenta ciclos por segundo são insuficientes
para iluminar todo pulsar de vida

frente ao fato língua: o beijo
um cheiro registra a fragilidade do verbo
somos singular e futuro
nossos significados terão novo aporte
não seremos os mesmos meninos
os amarelos serão outros
mas nosso medo
prevalecerá na febre da unidade

Um abraço

Eduardo Ferreira disse...

de que é o olho?
a palavra?

o silêncio?

Eduardo Ferreira disse...

desculpe, quis dizer, de quem é o olho?