a noite escorre entre meus dedos
intrépida e veloz
sob o comando dos cascos de mais de mil cavalos
a princesa dorme na torre e sonha de novo sob a sanha das eras
nenhum poeta vai decifrar essa insanidade
que beira a loucura mística transcendental
sou a quimera dos seus sonhos mais malditos
descabelados tangidos para outras paragens entre o absurdo e a pantomina
tragicômico se não fosse verdade
nessa noite de mentira de eternos retornos
transtornos multipolares
o silêncio transcende a madrugada
corta o tempo espaço entre espasmos de silvos fantasmagóricos
o palhaço está solto na contralinha do não trem.
Vem que tem, seu maldito!
espalha essa baba cósmica que envenena a pele dos meninos
espalha essa bolha de uma percepção que roça o limiar da loucura
deixa o louco girar deixa o louco girar deixa o louco
sonhar cantar tocar brincar pirar
papai, mamãe, seu filho pirô de vez
pierrot das matinas
o sol nasceu, corre, vem ver
lindo iniciar
todo dia de novo começa
do terror à luz num salto entre os limites da razão
entre nietczhe e a espada
dragão de são jorge! Ave! me tira daqui
assim caminha e pira a humanimaldade
salvem=me sodré e.cummings
o poeta que queria ser jack kerouac na província
dicke no sertão walt whitman passeando pelas relvas
as folhas soltas do destino.
salve salve thomas de quincey salve clarice e seu hobby de loucura
fina flor do cocho rasqueado no cerrado
dance dance dance ian curtis joy division
chorei todas as lágrimas salve arrigo barnabé
a clara croccodilo
minhas lágrimas são de jacaré pantaneiro.
salve alvarez de azevedo um brinde à gregório de matos na taberna do macário.
baudelaire buckowisky
arthur
o rimbaud das áfricas soturnas modulando tráficos estelares
salve a galera do software livre
e a cultura digital
e você ri até morrer
salve a quebradeira
dos macacos bongs
caximir viralata das vias urbanas de cuiabá
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