sábado, 13 de julho de 2013

abissais - 1

tem pulga nessa orelha tem fogo nesse rabo tem vaidade nessa fogueira tem melodia nessa gagueira tem claridade na soleira tem rima tem mimo tem escatologia e anarquia pimenta na poesia que é pra dar azia mesmo que o sol não venha não fique sem sal mexe no tempero reconte essa piada e dance dance muito no salão que os hipócritas estão chegando quando saem é pela outra porta que a festa só acaba quando a gente for embora que as notícias são sensacionais fabricantes de mentiras é tudo mentira mãe ó mai gódi ó meu santo pai ó meu terreiro pequeno pedaço de céu ó alma despenada feito galinha num fundo de quintal ó transproscrito filho da danadeza que tudo paira na incerteza de se ser isso ou aquilo quando não isso e aquilo só um quilo pra não dar desinteria e o povo cagando e andando por aí às cegas com os intestinos se dobrando como joelhos numa cáustica manhã onde os alcólitos passeiam zumbizando pelas praças e as pobres mães redeiras escravas das formas belas cores de meu deus dolores filha de joão e josé com dona filomena de mãos dadas diante do altar da morte pura sorte viver puro acaso nascer pura lógica morrer pura impureza nas sombras sombrias de vossos infernos cravados na carne como febre de malária entre delírios e nóias descendo aos infernos sucumbindo em quedas invejosas inconformadas indo e voltando como pião em círculos ziguezagueando por aí

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