domingo, 3 de abril de 2011

dominical

o anjo da morte guarda a noite. faz a ronda, soturno, cabeça erguida em cabelos de fogo. dá um salto brilhante, de repente, sobre abismos que a alma cava.

os objetos repousam quietamente, dentre eles o relógio velho da tia que morreu no século passado. cada perfume no seu canto. os galhos da laranjeira pendem carregados de flores. o cheiro se desprende.

o anjo aspira. doce fragrência. tia Rosaura foi enterrada com flores da laranjeira que ela mesma plantou. seus galhos tentam ocultar uma casquinha de lua que se desprende da laranja que reluz.

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