domingo, 29 de junho de 2008

assim sendo

aqui é o meu lugar
pois aqui é o lugar que tem tudo que preciso
para mim agora só existe esse lugar

uma varanda ampla, a tv ligada, a prateleira repleta de livros, a tarde morna. nenhum vento para importunar a paz repousante das folhas do pé de acerola
nenhum mistério assombroso

os ruídos são fisicamente naturais
objetos estalam no eterno movimento das partículas
rompem o tempo em suas aparentes imobilidades
tudo está em trabalho
tudo que liga se segura para permanecer

a ferrugem corrói
meus ossos se abandonam na rede
respiro mais profundamente
afundo
na irrelevância dessa hora

me deixe em paz
já disse que não quero nada

o rio da minha vida corre nos subterrâneos dessa cidade
desse quintal.

Cuiabá (MT) · 16/7/2006 21:28

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