terça-feira, 1 de julho de 2008

boca de (po)ema

as palavras saíam com incrível facilidade de sua boca.
voavam como pássaros recém-libertados.
riscavam o céu fora da boca.
azul. branco. azul. branco de nuvens. azul.
pura poesia. poeira azulada cósmica desvendando enigmas.
mas a boca estacou de repente. muda. muda.
ninguém entendeu nada.
mas se fez. o silêncio se fez. e uma vez feito. não tinha jeito.
a chuva caindo. um frio cortando a paisagem. agora chovia a cântaros. sobre o pesado silêncio.
chovia sem parar. a boca muda. agora o silêncio saía com incrível facilidade de sua boca. voava na gaiola.
riscava o céu da boca.
os olhos pregados no céu. azulazul.

Cuiabá (MT) · 3/3/2008 17:24

Nenhum comentário: