terça-feira, 1 de julho de 2008

rolé na night

meu velho carro segue firme na madrugada.
uma estranha solidão é passageira desse carro.
penso na paz e ouço uma revoada - bater de asas - de espíritos ensandecidos. a madrugada escorre como sangue nas veias noturnas.
onde estão os amigos? cadê os companheiros?
outras vozes rumorejam. tirânicas. absolutas. domínios cânticos expandindo novas ordens em nome do progresso. avante! para trás!
a cantilena dos novos soldados da razão iluminada. soy contra, pois hay poder. mãos de ferro moldando novos bonecos.
páro diante de um boteco. meia dúzia de cerveja para esfriar os ânimos.a noite varre meus pensamentos. nada com nada.
penso que penso. penso que ouço. a passageira pede licença e desce do carro. agora estou só. definitivamente só.

Cuiabá (MT) · 7/4/2008 00:28

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