terça-feira, 1 de julho de 2008

pé a pé

para onde vais com tanta pressa? a alma pede um pouco de calma, diz a canção, algo assim. gente precisa aprender que gente dá um passo de cada vez. turbinaram nossos passos. os cronômetros. virou essa corrida: olímpica aventura onde últimos jamais serão primeiros. balela. últimos, do jeito que a coisa anda, nem andarão mais. nada de passo. assim a humanidade vai passando. sem passeio nem água fresca. sombra, só dossol do meiodia escondida de si mesmo tal o calor dessa hora. mais ainda em cuiabá.

uns, passos banda larga. outros, tartaruga no asfalto quente. chiclete de gente. entre um pé e outro. sou rio corrente sou mar sou sol montanha gente sou nada apenas o que nunca pude ser sonho de gente gente que sonha uma meleca pregada no sofá da sala do acaso.

saio cortando coisas com os olhos. igual câmera detalha coisas enquadrando recortando jogando fora tudo que não quer ver. são muitas realidades. muitos recortes. sorrisos nas muitas fotos. pedaços de sorrisos. olhos fechados. fechaduras entreabertas. muitas fontes e miragens. muitos desertos. almas vagando por aí sem encontrar caminhos de vôo. a areia quente grudando na sola dos pés.

Cuiabá (MT) · 29/4/2008 12:37

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