terça-feira, 1 de julho de 2008

chinadown

dias sem cor. embaçado esse dia. chove ou não? caralho! pedaços de monotonia desfilam pela janela. quase morto aqui: sorriso sem sal sem mel sem porra nenhuma nem sorriso. dias e dias, dizem que é assim mesmo, aquela velha máxima de botequim, nada como um dia após o outro, coisas de sambista bambambam. molho de pimenta? não! pastel sem recheio. vida aérea. etérea como a lembrança vaga da última foda que demos endemoniados no muro da casa do vizinho. lembra? antes tinha mais gosto. ainda gosto, mas falta paixão nessa folia. o carnaval está chegando e não vi a rainha. nem momo. nem madre teresa de calcutá. escuta: que que tem a ver uma coisa com a outra? nada. nadinha. só imaginei madrinha teresa pulando a janela do alto da torre. sem mistérios, é que gosto de ser assim, sem senso, sem bom senso, sem mal senso, sem censura, sem ternura, sem torneira pra fechar, sem conta gotas, sem tortura chinesa, torta de limão é a preferida dela, de apertar os olhos, finge que é chinesa nessas horas, mas não me torture, não tire de mim esse gosto azedo que sinto na ponta da língua ao tomar o primeiro gole dessa cachaça com limão, olhos de china, a propósito, com quantos chineses se faz uma muralha?

Cuiabá (MT) · 30/1/2008 12:27

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