ela abusa de mim. é verdade. sou seu escravo. mas sempre repito pra ela: você gosta de mim por que sou safado. não uso camisa social. não tenho dinheiro no banco. sou boêmio, não presto, sei disso, sua mãe sempre reclama.
meus dedos percorrem a viola caipira do mesmo jeito que correm sobre seu corpo. faço música com meus dedos e seu corpo se estica todo. parece uma enguia.
fico esparramado aqui nessa nossa cama grande e espaçosa. coço o saco. aliso o pau e você me chama de macaco prego. prego meus olhos na direção de sua vulva vulcânica e você sorri toda sem graça. se desmancha toda.
quando fodemos, os pássaros se agitam no pé de acerola, cantam, voam, se atiram loucamente para o outro lado do muro. nossa foda é um incêndio que queima a manhã.
bebo, babo, fumo, cheiro, dou meu sangue, minha carne, sou seu escravo, já disse, madame libidinosa. mas a alma não dou. nem vendo. tire essa venda, não sou fausto, nem goethe. muito menos dante alighieri.
Cuiabá (MT) · 2/2/2008 00:41
terça-feira, 1 de julho de 2008
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